A cena alternativa (underground) de modo geral abrange toda manifestação artística e/ou cultural fora do alcance da mídia comercial. O objetivo dos artistas alternativos é justamente expor a arte em sua forma primitiva, com seus significados e símbolos intactos. Diferente do conceito “independente” (em que o artista produz seu conteúdo de forma independente e pessoal, procurando atingir um público maior), o alternativo busca expressar seu ponto de vista, não importando os meios utilizados: provocativo ou obsceno, o foco era transmitir a mensagem. A atitude de querer modificar algo veio também com a contra-cultura. Com esse pensamento e um cotidiano repetitivo, surgiu o punk rock.
Durante a década de 60, surgiram bandas que buscavam maneiras de expressarem seus sentimentos de modo diferenciado e agressivo. Modificaram o modelo romântico e comercial de bandas como os Beatles. Apesar de surgirem várias bandas com essa energia estranha, duas cidades norte-americanas foram consideradas berços do punk rock: Nova York e Detroit. De Nova York, surgiu o Velvet Underground, e de Detroit, MC5 e The Stooges. Comparativamente, a sonoridade desses grupos não era nem parecida com a música feita até aquele tempo, com melodias barulhentas e conteúdo intenso. Em pouco tempo, várias outras bandas surgiram, e buscavam o mesmo modelo de criação: atitude agressiva. A primeira grande cena do punk rock aconteceu na década de 70, em que bandas como The Ramones, Wayne County, Johnny Thunders and The Heartbreakers, e várias outras, inspiraram muitos jovens e adolescentes, e estes montavam suas próprias bandas e estilos diferentes. O punk rock modificou a forma de pensar e agir, transformando futuros cidadãos medíocres em pretensos marginais. A ideologia do DIY (Do It Yourself – Faça Você Mesmo) fez com que o simples fã se tornasse um provável músico, editor de fanzine ou futuro produtor musical. Toda a atitude pregada era de deixar a vida média de lado e partir para a ação.
Enquanto a mídia comercial vendia a Disco Music, nos pubs ingleses e nos bares americanos uma geração de músicos se formava. Com tanta atitude e incentivo de ação, o punk rock influenciou muitas outras bandas que modificaram alguns pontos. Anarcho Punk, Celtic Punk, Cowpunk, Gypsy Punk (Immigrant Punk), Hardcore, Pop Punk, Psychobilly, Riot Grrrl, Ska Punk, Street Punk, e vários outros subgêneros mantiveram o sentimento que criou o punk rock: insatisfação com a situação atual.
O movimento punk, apesar de conter muitas bandas punk e inspirar muitos músicos, não é um elemento obrigatório do punk rock. O movimento punk possui um foco muito distinto, buscando sempre se manter contra o sistema (político e/ou econômico) opressor, pregando igualdade, agindo sempre na cena underground. O punk rock trata-se de um gênero musical, sem a ligação direta com manifestações sócio-políticas, e, portanto, aberto ao mercado fonográfico.
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